God of War: especialistas debatem o futuro do desenvolvimento com IA generativa

A polêmica da IA generativa nos games



Inteligência Artificial na Indústria de Jogos: especialistas debatem o futuro do desenvolvimento com IA generativa

Um dos temas mais comentados durante a Gamescom Asia x Thailand Game Show 2025 foi a palestra de abertura de Glen Schofield, criador de Dead Space, que surpreendeu o público ao afirmar que pretende “consertar a indústria” por meio do uso da IA generativa no desenvolvimento de jogos.

Além de Schofield, a IGN também conversou com outra veterana da indústria, Meghan Morgan Juinio, ex-diretora de desenvolvimento de produto do Santa Monica Studio, responsável pelos aclamados God of War e God of War: Ragnarök. Ela compartilhou sua visão sobre o uso de inteligência artificial nos games — um tema que divide opiniões entre desenvolvedores e fãs.

“A IA é uma ferramenta que deve nos aprimorar”, diz ex-produtora de God of War

“Se não abraçarmos essa tecnologia, estaremos nos limitando”, afirmou Juinio.
“A IA é uma ferramenta que vai nos complementar. Ela vai evoluir com ou sem a gente, então prefiro estar à frente e ajudar a guiar como essa evolução acontece.”

Juinio comparou o uso da IA generativa às técnicas de geração procedural que já são comuns há décadas na indústria. Ela citou, por exemplo, o uso da ferramenta SpeedTree, introduzida em 2002 para gerar árvores em tempo real em The Elder Scrolls IV: Oblivion.

Segundo Juinio, muitos animadores inicialmente resistiram à captura de movimento e à animação procedural — tecnologias que hoje são padrão no desenvolvimento de jogos. Ela acredita que a IA generativa seguirá o mesmo caminho e se tornará parte essencial do processo criativo.

A IA nos games: avanço inevitável, mas com responsabilidade

“Estou muito otimista”, disse Juinio.
“Como o Glen Schofield mencionou, essa é a próxima grande revolução tecnológica — e já está acontecendo. Cabe a nós, líderes da indústria, decidir não apenas se podemos usar IA, mas se devemos usá-la. É algo que deve ser avaliado caso a caso.”

A produtora também comentou sobre a possibilidade da IA ajudar a reduzir os altos custos de produção dos jogos AAA, mas deixou claro que a tecnologia não é uma solução mágica para os problemas financeiros enfrentados por muitos estúdios.

“O tamanho e a beleza de um jogo não são o mais importante. O essencial é que ele seja divertido, envolvente e humano. A IA não substitui o coração da experiência — e isso vem da criatividade das pessoas.”

A importância da “alma humana” nos jogos

Mesmo otimista quanto ao potencial da IA, Juinio reforçou que a essência dos games continuará sendo humana.

“No fim do dia, ainda precisamos de desenvolvedores para ter ideias e contar histórias. God of War é uma narrativa profundamente humana, baseada em experiências reais — e isso a IA não consegue reproduzir.”

Ela acredita que a adoção da IA será positiva apenas se vier acompanhada de investimentos em capacitação e valorização dos profissionais da área.

A polêmica da IA generativa nos games continua

A discussão sobre IA generativa está longe de acabar. Recentemente, os desenvolvedores de Battlefield 6 afirmaram que ainda não há como integrar a tecnologia de forma prática ao dia a dia de produção, mesmo reconhecendo seu potencial.

Já a Nintendo se posicionou após polêmicas envolvendo criações de fãs e o uso de IA em personagens licenciados. Em resposta a vídeos gerados por IA envolvendo Sora, da série Kingdom Hearts, o CEO da OpenAI, Sam Altman, chegou a chamar o conteúdo de “fanfic interativa”.

Essas discussões reforçam que o uso de IA no desenvolvimento de jogos vai muito além da criação de gráficos ou animações — e levanta questões éticas, criativas e legais que a indústria ainda precisará enfrentar.


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